terça-feira, 15 de novembro de 2011

jornal NP – Notícias Populares  – ficou famoso por estampar manchetes como “Broxa Torra o Pênis na Tomada”, “Churrasco de Vagina no Rodízio do Sexo” na primeira página de seus exemplares. O periódico circulou na cidade de São Paulo entre outubro de 1963 e janeiro de 2001 e ficou conhecido pelos itens: sexo,  violência, textos curtos, uso de gírias, fotos grandes e notícias sobre pessoas das camdas populares. Com seu slogan emblemático “Nada mais que a verdade”, o jornal tinha o Grupo Folha por trás de sua publicação.
Despreocupado com a suposta imparcialidade do jornalismo, o Notícias Populares ganhou muitos inimigos nos meios de comunicação. As acusações eram de que o veículo abusava da utilização de jargões populares e fotos medonhas, além de inventar algumas notícias. Apesar das represálias, algumas reportagens ficaram marcadas para sempre no imaginário dos paulistanos. Dentre elas, destacam-se:
Bebê Diabo
Os jornalistas do NP, ao saberem que um bebê tinha nascido com deformações, começaram a inventar diversas notícias alardeando o nascimento de um bebê diabo.
Desaparecimento de Roberto Carlos
Em 1968, o NP noticiou que o cantor Roberto Carlos havia desaparecido. Ao receber a informação de que um repórter da Rede Record não conseguia contatar o cantor de maneira alguma, o Notícias Populares estampou em suas primeiras páginas: “Desapareceu Roberto Carlos”. O cantor estava apenas em Nova York, mas, com a simpática anedota o jornal vendeu 20 mil exemplares a mais. No dia seguinte, o NP estampou em letras garrafais: “Acharam Roberto Carlos”, e assim faturou mais ainda com o suposto sumiço do Rei.
Pelezão
Após ter sido violentado por uma “psicóloga tarada de Perdizes”, o Pelézão acabou virando ídolo das dondocas de São Paulo. Na madrugada do dia 28 de agosto de 1984, uma requintada senhora do bairro nobre de São Paulo, após brigar com o marido, resolveu se vingar com o primeiro indigente que encontrou na rua, daí a história do Pelézão, que fez otrabalho direitinho. Essa manchete rendeu tantas vendas quanto as do Bebê Diabo.
Outra característica do Notícias Populares eram as suas colunas. O jornal foi um dos primeiros a falar abertamente sobre sexo. A coluna Tudo Sobre Sexo, escrita por Roseli Sayão, explorava temas e dúvidas bastante polêmicos sobre o tema.    Outras colunas era a de Voltaire de Souza,  contos que sempre envolviam mortes e muito sexo. Havia também outra dedicada ao público GLS, Espaço Gay e a Histórias da Boca, que eram textos no estilo de Nelson Rodrigues escritos por diversos jornalistas do Notícias Populares.
Em 2001 o jornal parou de circular. Um dos motivos alegados por seus idealizadores foi que sua fórmula acabou sendo copiada para a TV em programas como o “Aqui Agora” e “Cidade Alerta”, reduzindo o interesse do público. O jornal que tinha uma circulação de 110 mil exemplares nos anos noventa estava vendendo apenas 20 mil exemplares no ano de sua morte. Assim, o Grupo Folha concentrou seus esforços em fazer um jornal popular no Agora São Paulo, considerado um substituto light do NP – Jornal Notícias Populares – Nada Mais que a Verdade.

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